Mesmo que a voz fique rouca,o peito lotado e a boca calada,
o olhar me derrota.
A mão fria, a coberta que tampa a dor que já foge em um pé sem meia.
O frio tem nome.
Vejo que o tempo corre por cima de mim e pula, derrubando-me com as mãos no pescoço.
Um golpe perfeito.
Onde só percebo a dor depois de bater a cabeça no chão.
Não há mais cobertores.
Não mais remédio para um fígado afetado.
Não há mais tempo.
Não há mais remédio.
Não houve nem se quer um pedido de desculpas.
Houve tristeza,eu ouvi o pecado.
Quando ergo a mão para vê-la pela manhã checo se todas as unhas ali estão.
Dedo a dedo.Olho para cima.Fecho-me,guardo-me debaixo dos lençóis.
Tenho medo, de perder o ego e esquecer de mim.
Se fecho a mão vejo o anel.
Isola-se o frio, perde-se o tempo.
Lembra-te de mim?