segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Flashlight

Quando o escuro da noite esconder o meu sono
Talvez eu sonhe
Quando a insônia gritar a verdade talvez eu me cale
Quando as luzes se forem talvez eu brilhe
E então me prenda, e então me perca
Definitivamente, na possibilidade de ser feliz
Nem que seja dentro de um sonho.
Afinal,
O fim.

A Dream within a dream

A gente sonha, e dentro do sonho pergunta, será que existe algum sonho sem fim?
Será o amor uma utopia ou será o amor multiplicidade tenra do nosso estado de querer ser tanto e sermos muitos, sermos suficientes, para preencher os nossos sonhos e encharcar os nossos corações? Preenchermos o vazio e que vazio é esse que amor toma para si? 
De fora é só julgar, de dentro é ocupar-se, preencher-se, sentir-se vivo e sentir o amor de alguém. Afinal se a busca de um objetivo na vida é a busca pelo amor, se estamos vivos como não amar?



Tudo difere e se refere ao mesmo estado: ser amado.
Ser sujeito na ativa e poder um dia saber amar e explodir de amor como nunca se viveu nesse inteiro universo do eu interior.

O amor sou eu.
Que busco a mim.
Nesse universo 
Reverso 
Que espelha e espalha.
Olha
Teu olho
Encheu de lágrimas 
Você pode se abraçar.
Se amar.

Vem cá,
Está tudo bem.

Cadarço

Desistir parece mais fácil 
Quando o peso do asfalto
Sobe aos ombros
Quando o canto do peito
Cessa a respiração 
Quando a fuga no álcool 
Permeia 
E lambuza
Qualquer possibilidade de amor.

Desistir parece mais fácil 
Permite ao sentidos
Que inundem o peito
E iniciem outra ilusão 

Desistir de amar parece mais fácil 
Parece cansar
Enquanto 
No desabrochar
Desse abraço imaginário 
Eu só queria descansar

E desistir
De não ser laço
De ser abraço 
De não ter comigo,
A verdade que corrói 
O eu comigo mesmo
O eu que sempre fui
E talvez
Nunca assumi.

Receita

Vale do lírio
Hortelã pimenta

Canela em pó
Camomila
Óleo 
Frio
Mas ainda bem
que
os temperos
Cheiram
A panela.

E decoram de sabor
As lágrimas 
Ao enfiar um pouco de comida
com o garfo

na boca.