sábado, 23 de maio de 2009

?açnugab ares

Quando tu tens viegas e viés
para pensar...
penar o santo,negar o surto.
encantar a alma,
tanta.

Tanto.
tanto faz.
Se o pranto
já seca
sobre os meus ralos...

O outono,
E se a chuva de outono
não chegar mais?

Nisso,
sei que o véu que
cobre,é como a luva
que engana o mais fino
tato na escuridão..
e sempre que há devaneios,
há um peito,receio
de cantar outra vez.

O tato sentido,perdido no parto do arpoador,é a mesma
areia fina do mar de maio.

(será)

O que carrego?
áres o meu oceano.Aonde?
Há só mundos,e ratos
dentro de mim

ratoeiras e trapos

fora de mim

perdição perdida longe de mim

E há tanto tempo me vejo aqui
sem cômodo,

mesa,
ou ponderação em
amar.

Viajo em dias nublados,sem sol,sem sanidade..

Aonde parar? ednoa?

levo meu cais,levominhapazlevomeusurtolevotragovejoapago.

surto,ortus.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pêssegos no sol e pés com meia lycra.

[Sempre gostei de escrever contos,e esse exprime cartas,ou conversas de uma mulher,com seus 50 e poucos anos ao seu marido; já o que ela faz ou é depende da interpretação de cada um de vcs.Bom divertimento =) ].


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Pêssegos no sol e pés com meia lycra.

Hei de dizer que sonho com o “se fosse diferente” todas as noites...
E sempre perco preciosos minutos a pensar nisso.
Fico só,a esvair-me pelos dedos,tentando soltar algo queira despregar-se voluntariamente pelo papel.
O sol de ontem me fez irritada...
já irritada,
já cor pêssego.

Pessegozinho,
Me dizes que fico bela,oh sonhador titã, ao me irritar...
Só que isso escurece e faz com que minhas entranhas apodreçam e desmaiem soltas sobre essa plena irritação.
O sol faz mal a minha pele...Pessegozinho.
E o amor?
Me perguntastes outra hora sobre ele...E eu te disse(simples e voce se irritou)
que amor é egoísmo com gostinho de menta,e que amores inventados prestam mais para a caneta do que amores de águas mornas e densas.


O óleo que derramo sobre o meu corpo faz com que você solte ais e uis sobre como isso te afeta voluptuosamente;mas não posso me culpar de ser bela e sem dúvida atraente(abundância em charme).Adoro sentir o cheiro dessa lavanda que tu sempre me compras,e falas que é tanto boa...Mas que depois já me canso de ouvir da boca tua e peço que me exprima e demonstre já pelos lábios e pernas tuas,entrelaçadas,as minhas.
Tu não sabes o quanto amo escrever sobre essa cidade!
Sobre as chuvas de outono,os mendigos,os comerciantes,prostitutas,casais, e a sujeira matrimonial que se alastra nos bancos da Igreja da Santa Virgem!
Gosto de me vestir e passear pelas tardes nas ruas da central de Aimorés.
Sempre vejo uma hora ou outra algum conhecido,que afaga os braços sobre meus ombros ou desce, levemente algum comentário,soltando as mãos até a metade de minhas asas.
Sinto frio quando saio a tardinha.
Peço-te dinheiro para comprar um belo casaco e ir as reuniões da casa da amizade,e assim me acho estupenda quando Márcia Albuquerque comenta sobre a cor do batom e a leveza do casaco no meu look altamente alto-astral!
Preciso de reparos...uma puxadinha no canto do nariz... e um redesenhamento do meu queixo, acho que não fariam mal algum.
Comentei isso com o Seu Jonas,que vende jornal há tantos anos naquela mesma banca...

E nós?Como estamos a tanto tempo juntos..Não posso de forma alguma me esquecer do dia do casamento em que nos unimos,desejando um futuro feliz com uma família no pacote,e também foi, por essa mesma família, que aconteceu de se alegrar,após me conhecer moça...
Meu pai também se alegrou bastante após ter comprado aquela casa(com o dinheiro que de bom grado naquela hora chegou).
Todos contentes,louça nova,vestidos,sofá e sapatos marrons,pretos, e perfumes de bom grado.

Posso me dizer que sou uma mulher feliz,afinal me realizei após casar contigo.
Continuo a fazer o que sempre quis,e dessa vez com um homem só.
Recebo mimos e agrados por ver bem vindos sempre que quero.

E,por menor que seja o sentimento “amor” presente nessa sala de refeiçoes,ainda admiro o seu companherismo presente e os mimos que dá aos nossos filhos.

Você é o marido que toda mulher merece,e ainda me deixa trabalhar.




Sou feliz ao teu lado bombonzinho.

Beijos carinhosos,
Margareth Padilha.