quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Adrenalina

O tempo é o escopo do desenho que o mundo tem.
Mino os caminhos e vejo os meus sonhos.
Vês o que eu já vivi?
Vinte e quatro anos de um campo minado que brilha em meu olhar.


As explosões de granada soltaram meus sonhos.
Empoeiraram a vista. Desviaram-me.
Mas eu não me importo:
Porque elas me despertam.

Brincaram com o tempo e levam-me ao caminhar torto
que todo ser humano precisa ter.

domingo, 3 de agosto de 2014

Vitral

Ser como a luz que coloriu o teu olhar quando pela primeira vez te vi

Ser como o grito que atingiu algum ouvido quando socorro precisou
Ser como a mãe que abraçou o filho quando abraço quis
Ser como o filho de um sonhador que sem destino ficou

Ter esperança quando dia já frio nasceu
E ser um sol quando tentar de qualquer forma animar você

Ter na minha voz o dom de ter você por perto
E estar certo
De que isso não se sente por um só.

Ser um sim quando se escuta silêncio
Ser uma ponte ou elo, ser servo ou castelo
Pro seu sentimento guardar.

Ser aquele tempo que demora
E o ponteiro que guarda
A vontade de te ver passar.

Te ver, esperar te conhecer, e finalmente ser
Mas sem ser tão sozinho
O tempo que guardas em teu olhar

Ser um pedaço de mim
Por de novo os meus olhos nos teus
E ser quem quer tanto 
conhecer você.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pro recalque passar longe

A nossa visão de consumo muitas vezes é mascarada pela publicidade abusiva, que entra em nossos lares e dita um padrão de consumo: no vestir, no falar, e até no comer (entre outros padrões):

Se você não sair todos os dias livres, não está aproveitando a vida.
Se você não for à melhor boate e, tomar o drink que está afim, você está desmerecendo o esforço que tem todos os dias no trabalho.
Exaurimos-nos facilmente.
Tudo tem que ser consumido, afinal a vida pode acabar a qualquer momento, certo?

Respondo essa pergunta com outra: - Não estaríamos nós mesmos encurtando-a?

Por que temos que beber até perder o juízo? Será que é mesmo mais fácil enfrentar o incömodo/dor / dúvida ou o que quer que esteja dentro de nós e nos faz descontar em ‘work hard,party hard, live hard’?

Beber é gostoso mas tem que ser algo da ordem do sabor.

Estou há três meses sem consumir álcool.
E, conto a vocês que minha vida melhorou muito. Hoje eu durmo melhor, perdi alguns quilos e conto que as minhas questões pessoais estão agora à flor da pele. 
Sim! Posso finalmente pensar nelas ao invés de tentar evita-las. Eu consumia no máximo três copos de cerveja em uma noite.

Muitos podem dizer que eu não bebia nada, ou até que estou mentindo.

A verdade é que temos que parar de fugir. E parar de esconder-nos atrás de um padrão que não existe! Não somos iguais. Somos diferentes, graças a Deus!

O que estou tirando dessa experiência a cada dia e cada vez mais é que preciso é de mim por completo.

Preciso viver cada coisa que eu considerar importante e me conhecer cada vez mais.

Voltando a questão do consumo, quero fazer algumas observações finais:

Uma roupa bonita pode te fazer mais atraente, mais bela, diferente ( que bom que temos essa ferramenta!).
O que ela NÃO pode fazer com você é apresentar uma ‘máscara’ nova cada vez que você a colocar.

Se for dessa forma você vai se enganar sempre. Estará sempre precisando de uma nova coisa a cada momento para ser diferente; Diferente para você mesmo(a), porque o que os outros reparam em você é o seu sorriso, sua voz e seu jeito de se expressar.

Sua atitude é o segredo. Ter uma atitude positiva é o segredo.
É você que torna a sua roupa nova, o seu batom colorido e o seu sapato, novo. Não  é comprando cada um desses itens a cada dia que sair que você vai encantar os outros. 
É colorindo eles com o seu astral que vai conseguir.

Mude, renove-se, mas por dentro! E não se esconda atrás do consumismo.

Dessa forma você terá dinheiro para viajar e agradar a si mesmo e aos outros.
É ou não bom presentear alguém que você goste? (lembrando que essa pessoa pode ser você!)

Para concluir, não prego aqui o fim do consumo. Só peço atenção ao caminho pelo qual estamos seguindo.
A futilidade está tomando conta do nosso mundo. Mudanças de paradigmas a todo momento, cada vez mais.
Ostentar é palavra de honra? Valesca popozuda agora é pensadora? São questões a se pensar (se bem que não sei esses dois assuntos merecem ser discutidos - já que ostentar sempre foi 'pecado' e 'Popozuda'... Bom, deixo pra lá).

Vamos aprimorar nossas reflexões, encontrar os outros pessoalmente, instigar discussões que promovam o diálogo e não o monólogo (ouvir o outro sem o headphone interno do julgamento faz parte do 'mente aberta' que aprendemos na escola) e, acima de tudo fazer o que gostamos.

Cada um tem um papel nesse mundo e, se você não encontrou o seu (e é como eu), tente se descobrir.
Talvez o que está aí dentro te surpreenda.

A sua melhor companhia, pode e dever ser você mesmo(a)!

Beije-se no ombro. Ame-se! Ostente o seu 'eu'. 
E lembre, você vale muito para muita gente. Muita gente ostenta a sua companhia. 

Valorize-se.