A voz dentro da casa, faz o caminho das emoções.
Arrasta, leve, expressiva, meiga e estridente,
Como o pequeno velotrol, da criança que pelas vias proibidas, passa,
e se guarda em um sorriso gostoso.
A voz velotrol
arrasta lençol,
arrasta migalhas, pisa no rabo do gato que estridente diz:
Miaaaaau!
que arrasta o objeto quebrado (foi sem querer!)
e se cala num grito, ou em um violento, "CHEGA!".
A voz velotrol chora
calada
no apego frouxo às coisas materiais.
Ela se perde,
se afoga,
tremula, e nos ajuda a encontrar a culpa, a memória, o medo, a fuga, o vício em se resolver no mundo ou RESOLVER o mundo.
A voz representa o passo esperto, fugido, mas espalhado, das migalhas, dos restos, que ficaram,
nos caminhos
pelos quartos do corpo.
A voz é o meio, é o caminho, e pode ser uma grande aliada das emoções.
O dono da voz pensa:
Os meios, objetivos
(Os extremos, pulsantes)
Sou extremo!
Uma hora infantil, outra madura
Uma hora comprimida, outra potente.
Um hora imponente, outra apagada.
Quero deslizar no legatto, dar pulinhos no stacatto!
Usar belting, usar voz de cabeça e usar voz do peito. Ser madura e consciente no poder que ela me traz: a voz.
Estar no meio, no equilíbrio pulsante, na metade da corda bamba,
equilibrando lados. Equilibrando poderes que somente eu posso ter.
Poder sobre ela, sobre mim.
Ser o melhor em cada pedaço da corda bamba
Do fio da vida.
Que estica, retrai, relaxa, pulsa e corta. Remendo.
Estratégia e salvação.
Minha voz.
Meu eu.
Meu querido stacatto,
minha constante respiração.