Uma sala, dois quartos, uma cozinha, uma porta para a oficina e uma cidade com pouco tamanho, compactavam seu dia em 24 horas.
Tinha um cachorro uma galinha velha e morava em São Geraldo do Baixio.
Dormia muito e buscava prazeres no La Fontaneira frente a esquina do novo Móveis Lar.
Seu sonho era reencontrar Margarida,um amor de menina que adorava dançar.
Ele a viu pela primeira vez no mercado,depois no supermercado e depois na venda.
Queria comprar algo para comer. Que fosse duro, firme e que desse pra assar.
Queria comprar algo para comer. Que fosse duro, firme e que desse pra assar.
Levou pra casa, rasgou a pele gordurosa, e se lambuzou do frango amarelado de gordura e sangue.
As penas do frango, uma a uma em um saco jogado fora.
As penas do frango, uma a uma em um saco jogado fora.
Ele escondeu a galinha velha na oficina para que não visse a de-penação na cozinha.
A falta de espaço fez a tal fugir faminta e agoniada.
Batia asa, batia perna pelas ruas sem asfalto, pisava e retorcia o rabo para algum galo se aproximar.
A falta de espaço fez a tal fugir faminta e agoniada.
Batia asa, batia perna pelas ruas sem asfalto, pisava e retorcia o rabo para algum galo se aproximar.
Mesmo pintada, a troca de olhares não aconteceu nem se quer com o açougueiro barrigudo e faminto da rua acima.
Ela piou em uma lágrima aflita,
com o bucho cheio de tristeza e fome.
Resolveu cacarejar em cima de um Monte de esperança e voar alto no sonho de uma galinha só.
Inclinou o peito,
Resolveu cacarejar em cima de um Monte de esperança e voar alto no sonho de uma galinha só.
Inclinou o peito,
avistou o sonho e pulou de cocoras,
fechando os olhos para a luz do dia.
Ouviu-se canja, ouviu-se gritos, que
Ouviu-se canja, ouviu-se gritos, que
balbuciavam a morte da agonia.
Já que agora foi-se pelo ponto de fazer caipira,
Já que agora foi-se pelo ponto de fazer caipira,
a solidão fechou os olhos do cachorro para o baixio.
Arranhou o telhado escorregando pela telha... silenciosa e aflita,
Arranhou o telhado escorregando pela telha... silenciosa e aflita,
a carne amarga
de uma galinha velha.
de uma galinha velha.
5 comentários:
Que foto bonita a do topo! ;)
toddynhaaa!!!
ficou bonito o brog.
hahaha
Escrevendo animalescamente como de costume... você precisa me dar aulas --'.
"As penas do frango,uma a uma em um saco jogado fora.
Ele escondeu a galinha velha na oficina para que não vesse a de-penação na cozinha."
tá fácil se sentir um bom escritor por aqui não. uAHUAHUUHA
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