primeira coisa que olhei quando o vi de costas descendo a Afonso Pena, era o que mostrava ser ele, um homem que viveu.
A camisa azul regata, a bermuda bege, e as pernas fortes, de quem usou de sua força por muito tempo, transpiravam um ar de correria. Seus tênis eram escuros.
Ele andava muito rápido.
O pescoço era curto.
Os cabelos raspados, bem batidos com manchas cinzas.
O homem parecia ter sobrevivido ao que se chama vida. E as marcas do tempo eram nítidas.
A cicatriz
era sua marca, seu legado, e sua exatidão.
Não se
sabia se era a cicatriz que transparecia o homem,
ou se era
ele,
que se refletia na cicatriz.
que se refletia na cicatriz.
2 comentários:
Muito bom... Muito bom!
"[...] era o que mostrava ser ele, um homem que viveu."
É bem capaz mesmo que as nossas cicatrizes sejam aquilo que mostra que realmente vivemos.
Só que tem cicatriz que é bem discreta. Só a pele remendada é que sabe que ela [cicatriz] existe, longe do olhar do resto do mundo.
=)
Parabéns pelas suas palavras! Tô apreciando ler seus textos!
Milla.
Obrigada Milla! É sempre bom ler palavras cativantes assim.
Para mim é um prazer escrever.
Caso tenha um blog, compartilhe comigo!
Grande abraço.
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