segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Jardineiro Infiel

Aquela abelha vinha todos os dias à minha casa.
Não sei se gostava de mim, ou depois gozava de mim mesmo comendo meu mel.
Ela chegava as 3, já passava os braços ao redor das minhas costas e dizia:
-Bom dia!
Com aquela incrível sensação dos seios dela roçando o meu abraço.
Acho que ela gostava de mim.
Arrumava minha cama, lavava a minha louça e depois ia catando as moedinhas soltas pela casa.
Eu tinha moedinhas soltas até na minha carteira,na escrivaninha com chave, e também em uma meia roxa que eu ganhei do Osmar.
Nicole me tomava as mãos, fazia as unhas, e cortava o meu cabelo.
Meio período de vida trabalhou como enfermeira, e depois de deixar as crianças na escola vinha me visitar.
Sou sozinho,apicultor, 62 anos.
Não gosto de bagunça e durmo às 11.
Na minha cultura têm Palmira, Sofia, Laura e Fabiana.
No meu casaco só sobram as chaves.
A minha casa é o que restou de mim em 50 anos de aluguel.
Palmira era sombria (vivia a assombrar a minha Mãe, coitada).
Sofia só queria pacote básico (2 potes de mel por mês, e salário por trabalhar).
Laura era minha companheira.Meio manca, sem muito corpo, mas inteligente que ela só.
Fabiana gostava de mim (isso eu sei, e nada mais).
De todos esses amores que eu me lembro, Débora é a única que aturou meu cabelo caindo, se atirou em meus braços e vive em meu colchão.
Nicole e Débora.
Um zumbido, zum zum zum, uma loucura na hora da novela.
As duas amigas não sabem, mas o que eu sei é que eu gosto delas.



Um comentário:

Lucas disse...

adorei amor!!
mt interessante e divertido!