sábado, 12 de dezembro de 2009

Quer que eu te traga um presente?

-Quer que eu te traga um presente?
Sussurrou Mônica ao telefone.
-Sim. Traga um pacote de cigarros de Bourbon e uns livros em inglês, assim continuo meus estudos.
-Saudade. Ele disse.
-Eu também.

Era setembro. 7h e 20min da noite.
Mônica lia alguns anúncios em um folheto no quarto de hotel.
Desceu,pediu um suco,e comprou comida.
Subiu,comeu,deitou.

O sol aparecia em 12° graus de um frio em lençóis.
O sol incomodava Marcos, de tão quente, suava e sonhava com Mônica constantemente.

domingo, 4 de outubro de 2009

Novo de novo.

Quando você me buscou pra sair notei que não tinha feito a barba,mas continuava com aquele jeito de quem quer me abraçar pra sempre.

Então veio sem querer.

Algo que nem mesmo a mãe havia notado,nem mesmo o céu ou o cheiro de maresia de setembro haviam mudado por fim...

Apenas o olhar e o perfume que ela usava mudaram para conquistá-lo.

Ela percebera.Ele não sabia.

O desejava mais do que todos aqueles aniversários em família que queria algum dia passar.

Desejava ouvir a voz dele todos os dias,mesmo sem ter o que falar.

Mesmo depois de passar tanto tempo com ele,ou pensar que algo assim poderia se acabar.

Todos já sabiam quem ele era,

mas ninguém percebeu que era amor.

E assim depois de um tempo,nem mesmo o porteiro perguntava mais quem era...

As sakuras brotavam em um ninho de amor.

E o sol de setembro se escondia nos abraços pra esquentar.

O amor

chegou,

se fez em amizade...

e se trouxe paz ou perfeição não se sabe...

Melhor perguntar a quem o criou.

Se ele tivesse olhos mais verdes,ou um beijo mais perfeito do que já é,ela simplesmente não se incomodaria,

porque as cores já vinham fortes,

os dias já eram

corredores de estação

em estação.

E no míope

olhar

ela o via

com perfeição de um amor.

Que chegou,

e fim.

sábado, 26 de setembro de 2009

Carta ao desamor.

Se você se visse pela última vez no espelho,me diria que seu cabelo tinha de ser cortado.
Se você o visse na frente daquele prédio,de bermuda e blusa clara acenando pra mim,certamente não faria ou pensaria em nada.
Todas as mulheres querem um casaco longo,um salto alto e saber se maquiar.
Todo homem gosta de me observar.
Você parece feliz aonde está.Quando atravessa a rua em minha direção não repara mais os meus joelhos,ou meus lábios..Apenas fita intensamente meus olhos.

(...)

Aquele meu contorno todo novo das fitas entrelaçadas pela minha cintura não te encantam mais.
Eu sei que sou atraente.
Mas você já não me repara .
Esse nosso amor puro,maquiagem cinzenta,já não me agrada como antes.

Quando você sorria.
Quando passava os dedos pelo meu cabelo e dizia como eu tinha o melhor cheiro do mundo.

(...)
Eu tenho reclamado demais,o que antes não fazia.
Você tem me desencantado mais e mais.
E eu,tenho me enchido de amor-próprio enquanto meus contos estão chulos como uma bota velha e úmida.

Vou parar de escrever por um tempo.

Terminar meu romance,
E ir ler um livro.

sábado, 29 de agosto de 2009

Coração de carnaval: poema ao desconhecido.

  1. A vida, é, por si só, um encanto sem tamanho.
  2. Sim um poço, um atalho sem estrada, um mirante sem sol e talvez até um barco sem tripulação ou serviçais de último escalão.
  3. Meu desejo e ânsia são duas coisas diferentes, dois tempos presentes ou talvez dois tipos de amor.
  4. Nada me refiro ao teu gesto cauteloso de orgulho e sua manifestação de grande roda.
  5. Só sinto que o frio em minhas mãos, em tardes de outono ou mesmo de inverno, detêm a maior parte da minha angústia.
  6. Em noites me deleito sonolenta, e em fantasias te digo que talvez não seja problema maior te explorar em algumas linhas ou poemas, que me dizem que os meus olhos ou tuas mãos tossem gestos e atos que em reverências de amor próprio, não cabem mais em parte de mim.
  7. Talvez caiba, em outra.
  8. Talvez no irracional do palco aberto se atemparem, ou talvez depois de 6 anos de amor, tudo que sinto por ti seria loucura desmascarada, se não me refizesse deitando ou pensando em ti.
  9. Cubro-te sempre de uma ânsia estrondosa qualquer, em noites ou dias de vontade.
  10. Vadia. Vadia insanamente o meu calor.
  11. A minha serenidade já não tem mais 9 anos de idade primaveril.
  12. Meio cansada, mórbida pede que encante meus olhos com palavras penetrantes e me veja como seu castelo.
  13. Me rodeie,
  14. Me proteja cavalheiro. Me guarde, reja e ilumine.
  15. Porque em ti sou calma mas já longe sou fogo que arde.
  16. E então longe de ti ,já em partida, comedido egoísmo covarde de uma alma sem ego.
  17. Ismo? Sou encontro de mar, de água e fogo de rio.

E assim quando o mar se vê em chamas e o fogo se vê pálido, o lado profundo torna-se superfície e a pele revela partes escondidas,no fundo do mar do meu extremo oceano.

sábado, 22 de agosto de 2009

Morning water(Ela não havia ligado,18 de Agosto.)

 

Dois pares de olhos verdes.

Um canal.

Mais de três razões para finalizar aquele caso.

Era 3 de novembro, e ele não queria por razão nenhuma levantar daquela ressaca.

O mormaço o acordou com sede. E ele não quis nem abrir os olhos.

Dormiu de novo.

Acordou, pegou um livro ao lado e começou a ler o verso,reverso da primeira página.

A preguiça consumiu cada trocar de palavras.

Ele não sentia se quer tristeza ou fome, mesmo depois daquela noite palpitante.

Se quisesse amor levantaria dali.

Uma hora e meia de discussões seguidas de cansaço mental,2 doses de choros intensos entre soluços e gritos e um bater de porta pulsante que ainda estavam em seus ouvidos.

- Por que brigar?

- Por que brigar?

- Por que cansar e cansar e cansar de se impor?

Ele não tinha mais forças, nem para o recomeço ou um simples desculpar com chocolate e abraços.

O dia estava quente, e os lençóis frios como o seu desejo.

Ela não havia ligado.

Ele não ligou, e só compunha listas do que fazer para o mês de maio.

Já era 11 de maio.

Ele acordou e se levantou.

Sentiu o mormaço o acordar com sede, e ele abriu os olhos rapidamente.

Listas para o supermercado

Listas para a casa de ração

Listas para o Excel

E postais e cartas acumulados em uma gaveta.

Passou as férias de dezembro com ninguém, mas no natal foi finalmente visitar a família.

"- Visitar a família é como comer panquecas doces "dizia ele: "É bom, mas se insistir demais em visitar, acaba passando mal , e muito mal."

A pior parte foi visitar a família.

Perguntas incessantes sobre Anabelle viam de todas as idades.

Ele respondeu calmamente a cada uma delas, mas sentiu-se esgotado de responder assim como quem quebra um braço ou perna. Todos perguntaram : o que houve?

E assim, passou 1 semana e meia.

E enfim voltou para casa com as energias repostas. Somente o mormaço do Rio de Janeiro que ainda não havia partido.

Sentiu saudade do ventinho fresco, doce e sem cheiro de maresia de Minas Gerais.

Queria Bella...

Queria tanto que ligou.

Finalmente ele ligou.

- Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e estará sujeita a cobrança após o sinal.

Ele sentou na cadeira da mesa da sala de estar.

Fechou o celular.

E chorou.

Depois dormiu cansado, murmurado, e derramado em lágrimas num lençol molhado de lágrimas,e baba, retratando a saudade de Bella.

Ele era um homem.

Ela não aceitou a traição repentina, casual e moderna.

Princesa de fios d’ouro, lábios finos e maças do rosto que Antônio entitulava como sendo dele.

Depois de alguns meses, depois de algum tempo, ela se curou, mudou, freqüentou terapias, missas, yoga, e aumentou significamente sua rede social. As missas eram realmente um refúgio para tudo que havia passado.

Foram 3 anos de amor.

Um mundo.

Um cair da cama aonde se bate o bulbo e se quebra pelo menos 2 costelas por mal jeito.

Depois de algum tempo, ela se curou, mudou...

Depois de algum tempo, ele descobriu que amou.

Ela já não temia mudanças e mudou.

Ele continua naquela cama.

Manhãs de mormaço com noites de carnaval.

Ressaca,

E olhos de saudade.

Assim sendo,canção do exílio.

sábado, 8 de agosto de 2009

Antropóloga.

A pista estava vazia quando eu cheguei.

Ele se alongou apoiando-se as vezes em uma árvore de coqueiro perto dali.

Aparentava uns 30 anos.

Cabelos lisos, porém um pouco cacheados, magro, musculatura definida.

Um short fino de tectel para correr.

Sem camisa.

Tênis branco, com detalhes em azul claro.

Pouco a pouco seus colegas de treino iam chegando.

Enfim chegou o treinador, de conjuntinho cinza. Bem que parecia com o meu.

Assim como ele todos se alongaram perto da pista.

Corriam 3 vezes por semana, eu também.

Não sabia quem eram, nem de onde vinham, mas gostava do conjunto ambiental ali presente:

- Terra úmida com asfalto por cima, pista circular e distração motivadora.

Até hoje vou nos mesmos horários, meus horários adaptados as minhas vontades.

Eu com meus 22 anos de idade, posso tudo.

Flertar somente com o balançar dos ombros e troca de olhares, mais por parte deles porque não uso óculos enquanto corro, toda pista, consigo visualizar perfeitamente não detalhes de longe, mas todo o conjunto.

Me formo ano que vem em Antropologia na UFF.

Talvez deixe um cartão com o treinador.

Com 3 ou 4 unidades extras.

“ Depois do amor.”

Ele disse que os homens só pensam em sexo.

Os cachorros foram trocados por pássaros no canteiro de terra do portão de entrada da UFF. Eles estariam de férias, ou os pombos talvez comera-os.

As aulas foram adiadas naquela semana de pura ressaca, emocional.

Agora eram 2 semanas a mais de férias, menos para ele.

Os olhos eram castanhos.

E ele queria estar de volta à casa.

A namorada ainda não voltara, e ele já não sabia quando iria ao supermercado do preço-preguiçoso.Voltaria ele, de longe, com 20 quilos amassados em sacolas plásticas?

Não. Comeria salsichas outra vez.

Já não fazia tanto frio e Manuelle já queria um novo amor, sofria in primavera.

Não queria viajar, não queria dormir e corria, esquecendo a saudade pelos pulos.

Só corria do amor.

Socorria.

O professor dele disse que homens só pensavam em sexo. E depois do sexo viria enfim, o amor.

Literatura em realismo.

Ela sonhou que estava sendo traída de baixo dos panos, e odiou estar se doando mais do que ressentia ser doada.

Sem férias. Ela e suas pernas só queriam despertar.

Ele mandou um cartão-postal dizendo que os olhos de Manu brilhavam mais que qualquer estrela em lua nova.

Um abraço.

Um beijo.

Tentar a tal modo que ressurgisse um grão de amor daquele lençol freático que se escondia nos lábios dela.

Ressurgia, notava, e talvez ignorava qualquer grão mutante, abortivo.

Ela corria.

Ele se mudou.

Manu com olhos brilhantes, de saudade, de ressaca, lia livros sobre perdas.

"A primeira e mais sofrida perda é a do útero pelo bebê. Não nos lembramos da nossa estadia no mesmo, mas sofremos inconscientemente por ter sofrido essa perda.

Não temos lembranças conscientes da nossa vida no útero - nem de como o deixamos. Mas um dia foi nosso e tivemos de abandoná-lo .E embora o jogo cruel de desistir do que amamos, para crescer, seja repetido a cada novo estágio de desenvolvimento, esta é a nossa primeira e talvez a mais difícil renúncia.

A perda, o abandono, a desistência do paraíso.

E embora não nos lembremos, também jamais esquecemos.

Reconhecemos um paraíso e um paraíso perdido.

Reconhecemos um tempo de harmonia, de integração total, de segurança inviolável, amor incondicional...e um tempo que essa integração foi irrevogavelmente rompida . "..."

"Desejamos também recapturar o paraíso perdido daquela conexão perfeita."

 

Ás vezes, momentos fugazes – momentos de êxtase por exemplo, voltemos àquela integração, embora só algum tempo depois. "Depois do amor."

Ela queria se divorciar várias vezes, aprender com o amor.

Não que o amor estivesse que estar presente antes, em cada relacionamento em tempo integral, ou em cada mesa de refeições, mas sim no amor final.

Um amor que ela talvez, no último momento, no último dia, percebesse que passou. Passou.

Como páginas de um livro interessante.

Manu queria um amor idealizado.

Inconstância em mudar.

Um amor que até mesmo os literatos que o criaram criticassem seu desejo, por ser tão idealizado.

"- E afinal, por que não poder sonhar com um amor (ideal) assim como eu tive nos meus primeiros dias? Original e primitivo. Entre eu e o Sr. Útero.

Integração perfeita e simbiótica, aonde a parte egoistamente suprida era eu.

Integração que era fifty-fifty.

Jurava amor em troca de proteção.

Depois tive que partir e você morreu por mim placenta!

Ou eu a matei? "

Manu não queria estar sozinha, por mais tempo que o mundo criasse.

Ela aprendeu desde cedo que esperar calada, inquieta por dentro,(mas com expressões corporais intactas negando expressamentos) era posse de virtude.

Amar ou deixar de sofrer?

Sentir saudade triste ou esperar por ânsia curta e fiel?

Seria fiel o amor nu? - Seria eu?

O amor que ela tanto dizia ser expansivo, grande e vasto, e que era inocentemente original...

Seria?

Se sentia assim, fifty-fifty. Jurava amor em troca de proteção e companhia.

Ela vivia assim. Se via assim. Imutável.

A saudade já era distração. E os cachorros da UFF voltaram de férias pouco a pouco.

Descobrira que eles haviam arrumado um canto, comida e abrigo, na mecânica perto dali.

Ela viu que cada coisa têm seu lugar.

Fingiu entender todo esse lance de amor simbiótico.

Assim corria de aventuras, se escondia por de trás dos panos.

Vozes.

Se expandia em abraços e beijos de outros homens.

"Tentar a tal modo que ressurgisse um grão de amor."

"Esse estado ideal, esse estado sem fronteiras, esse sou-você-você-sou-eu, esta "fusão harmoniosa interpenetrante", esse "Eu estou no leite e o leite está em mim", esse isolamento à prova de frio, de solidão e das intimações da imortalidade. Uma condição conhecida por amantes, santos, psicóticos, viciados em drogas e bebês. É o que chamamos de bem-aventurança.

Nosso desejo eterno de união, dizem alguns psicanalistas, dá origem ao nosso desejo de volta. – de volta senão ao útero, pelo menos ao seu estado de união ilusória chamada simbiose, um estado pelo qual ,bem no fundo do inconsciente original e primitivo que todo ser humano anseia."

 

Ser amado, ser humano e não sozinho,

Ser amado, ser humano, depois do amor.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

31 de julho

Ele entrou.
Eu sai.
O sinal parou na esquina da Belo Horizonte .
Ele entrou,eu sai.
Havia tantos anos que não o via.
Engordei alguns quilos,ele também.
Tive outros amores,ele também.
Ele tinha barba,eu nunca gostei.
Era um gol branco,2 portas.
Eu tinha saído do restaurante.
Ele parou no sinal.
Eu entrei no carro,ele cedeu a vaga que havia acabado de deixar.
Eu odeio sinais que impedem manobras de estacionamento.
Ele olhou pra mim ,eu olhei se havia alguém com ele no carro.
Ele estava sozinho.
Me sorriu sem mostrar os dentes,e eu assim o fiz.
Era o que eu estava esperando.
uma vaga,uma surpresa .
Na minha adolescência ele tinha olhos verdes.
10 anos depois,já estavam vermelhos,enrugados.
Eu dizia a ele que ele deveria cuidar da sua inflamação ocular.
Ele dizia que o verde curava,por si só,qualquer indício de dor ou tristeza que por ali passasse.
Verdes como os olhos de Chico.
Os olhos não envelhecem nunca,só esverdiam,verde-catarata.
Depois de tê-lo encontrado cheguei em casa,lavei o rosto,e deitei.
Uma saudade dos meus 14 anos veio a tona como fogos de artíficio.
Um a um,pouco a pouco,mais e mais intensos foram os meus amores, paqueras e romances.
O primeiro foi o que machucou mais.
romance-estante,quando ele não queria jogar futebol me chamava pra sair.
Ele foi o meu primeiro amor.
Ele descobriu que me amava quando eu já estava com o meu segundo amor.
Paulo Roberto tinha 17 anos,o conheci numa festa na casa de Maria Júlia,minha vizinha.
Ele sim,era apaixonante e motorizado.
Mauro continuava mandando cartas,Paulo descobriu.
Tentei explicar,mas ele enciumou.
Descobriu que amei Mauro mais,eram tempos diferentes.
Mauro me deixava louca por não me dar bola.
Já Paulo sempre me levava pra dançar,mimos,sapatos e batons coloridos a cada estação.
Fui lembrando de todos os meus casos naquela tarde.
E chorei quando Angélica abriu a porta perguntando se eu estava bem.
Eu agora tinha 39 anos de caixas de cartas de amor,casos lindos e mais de mil composições.
Nunca é tarde para recomeçar um novo amor.
Mas descobri que Mauro já havia se casado.
E eu,de amor estante passei a ser amor-guarda-roupa.
Lembranças e amigos por todo lado.
Mauro tinha olhos verdes,envermelhados..
Os olhos verdes de Chico não envelhecem nunca.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Busintrip.

Ele se deitou ao meu lado.
Ajeitou o cobertor,se virou pro meu lado,reparou meu cabelo e perguntou se queria por a mochila no alto do ônibus.
Eu disse que não,obrigada.
Coloquei-a apoiada no chão entre os meus joelhos e fechei os olhos.
Durante a viagem ele dormia ou fingia dormir.
e sempre encostava seu ombro no meu.
eu despertava fácil.
aquilo era desejável.
ele e todo o conjunto de ombros.
mesmo sem querer,sem saber.
Quando acordei ele não estava mais ali.
Vi seu rosto,o livro que lia,o belo par de sapatos,a camisa bem passada e seus 22 anos muito bem distribuídos.
Trocamos somente o calor fluído banco a banco.
Durante a viagem ele me viu dormir.
Eu gostei do perfume.

Era a primeira vez que alguém atraente se sentava ao meu lado.
E ele tinha uma voz de cantor.

domingo, 12 de julho de 2009

João 63.

o encanto em rebatida,bate,volta sacode,se encolhe e explode.
voam gotas
abre-se o sorriso
fecha-se o abraço
mata-se o tempo
e
o encanto em partida.
chegada?
partiam lados
partiam dias
partiam ventos
frieiras,calotes e calores.

Partir algo que não se reproduz,que não se copia,nem se comove.

partir em retirada
ser vaga
vão
sol
.

ser laço,ser família,ser canto e poesia.

tudo pesa,repensa e se nega na solidão.
tudo bate rebate,explode encolhe,enriquece
sobre a face maquiada
cinza,escura,clara,amarela.

João apaixonado 63.

Ela..
era como um vão de calor em um mar de labaredas.
ela era amarela
doce e
bela
como as 5 horas de uma tarde em Montes Claros,ao norte.

ela era esguia,linda,
como só um homem apaixonado poderia descrever.
Eu a vi enquanto escrevia esses versos de paixão em forma de platão.
O cheiro era como cola-de-sapato,ou como algo a que se possa comparar
a alguma coisa que cole forte,e não se solte mais das suas narinas.
o cheiro dela era fresco , macio.
O cheiro que fazia um conjunto perfeito com o shampoo,e assim juntos dançavam, e riam,
e brincavam em ciranda em torno de seu corpo.
O trocar de pernas,a orelha e os dedos em vermelho.

Descrevê-la sobre um papel,seria como colocar as estrelas em um copo.
Impossível.
Melhor era vê-la todos os dias.
Sentir, o trocar de pernas em conjunto com o salto fazer barulhinhos sobre
o chão.
Ela não sabia sobre mim.
E eu só sabia pensar nela.

Talvez me visse quando passava pela minha fileira.
Mas eu era só mais um dos pagantes daquele funil de seleção para estudantes.

Ela...
Era um encanto.
bela...
e eu?
Eu era João apaixonado número 63.
A resultante do número de homens frequentadores daquele antro de loucura estudantil.
Era 15h42min.
A vi passar em frente as barcas.
Eu indo,ela vindo.
Me reparou de longe,mexeu nos óculos,e abaixou o olhar até esperar o momento que iria passar por mim,
para assim me comprimentar com um leve abaixar da cabeça.
Nem imaginava que ela o faria.
Aquele foi um momento esplêndido.
Fiquei sem dormir naquela noite,pensando nela,mas pensando no que faria amanhã para começar alguma conversa que
rendesse trocas de falas interessantes...
Daquelas que ela demorasse a responder,olhando pro teto rapidamente,aonde, nesse segundo, poderia reparar seus ombros e a parte branca inferior dos olhos;
sua boca,
com a língua passando rapidamente pelo lábio inferior.

E se pudesse depois convidá-la para lanchar no intervalo?
vê-la comer!
E assim,se pudesse vê-la, sujar o canto da boca sem perceber,
e num rápido movimento levar minha mão,
ao canto do lábio dela
para acarinhar
limpando o pedaço que ali estaria.

Ela é bela...
intelinge,entusiasmante.
A paixão platônica perfeita para 63 Joãos apaixonados.

Pra mim,ela é pura tentação,e trabalha para algum concorrente.
Desviar tantas atenções e ter um corpo de sereia,
ter jeito de atriz...
Ah! É muito queijo pra pouco pastel.
Tem cara de ser culta,mas como toda bonitona, deve ser uma porta.

O concorrente agradece.
Tantas perdições de olhares, trocas de pernas,
devem valer uns 600 reais por mês.
Ela que agradece,pois ainda pode passar no vestibular.

Será que ela pensa em mim?
Porque eu já estou cansado de achar que ela é uma mentira.
Só assim tentaria esquecer aquela mulher.
Não pense nela.
Não olhe pra ela.
Não sinta o cheiro dela!


Ela é mentira.
mentira
mentira
mentira

Rio de Janeiro,rio de mim mesmo,rio de tantas lindas e eu só penso nela.
Amanhã vou acordar mais cedo pra me arrumar pra ela.
Talvez crie coragem e pergunte o nome dela.

De tão bela deve ser nome de flor.

sábado, 27 de junho de 2009

Galeão 996.

Marília era como o sol.

Marília,era como o sol.

como o sol.

Ao passar pela ponte,Marília quando ia e vinha,quando partia ou chegava,quando dormia, roncava e assim despertava rapidamente,via-se,no reflexo da janela ao fim da tarde,acompanhando seus traços, ia assim pelo contorno do rosto,desdos fios no topo da cabeça,emaranhados em grampos,até a profunda e cheia linha que contornava seus seios com abundância.


Ronaldo vivia seus dias como atendente de uma loja.
Não era bem "o atendente do mês" mas sempre chegava no horário,trocava-se, e fazia o que lhe foi dito.


Luciano era lateral-esquerdo do flamengo,não tinha grana,e vivia de bicos em eventos esportivos da prefeitura de São Gonçalo.

Marília adorava acordar cedo,mas para se arrumar como sol.
Purpurinas flamejantes faziam com que seus contornos fossem destinos contagiantes.
Marília dançava com elegância.
Tinha virtudes e olhos de saudade.





Era verão de 87.
Em tantos lugares ao mesmo tempo,e o mundo em um só homem,Marília buscava em tantos sentidos uma só direção para o que lhe esperava naquela quinta-feira.
Ela havia conhecido um homem,em suas tantas idas e vidas pela cidade.
Seu nome era César,um homem de pele escura,lábios curvos em linhas finas,e dentes que quase cegavam com o sol.
-A bolsa,senhora!
Assustada ela se virou.
-A bolsa,senhora!Está aberta,cuidado.
-Com seus olhos contaminou o sorriso de César,que cegou Marília.

Na testa franzida, e no pescoço bolorento do motorista via-se uma tarde quente de 87.

Ela se reconhecia no vidro da janela do 996-Galeão.
César,já na poltrona de trás,reparou que ela se observava com esmero e atenção.
E de tanta vontade se fez ele que disfarçadamente dobrou suas mangas, passou o dedo linearmente debaixo de suas narinas e por fim após engolir um pouco de saliva disse:

-A bolsa,senhora!
Assustada ela se virou.
-A bolsa,senhora!Está aberta,cuidado.
-Com seus olhos contaminou o sorriso de César,que cegou Marília.

Marília virou-se,olhou para o aviso na frente do ônibus,pescou a conversa entre o cobrador em serviço e outro que estava sentado a frente dele e depois pensou em se virar de novo para flertar com sorriso naquela vontade.
Amanhã seria o dia D.
Dia de encontrar com César,refazer as unhas postiças,cortar as do pé e dar um jeito em sua sombrancelha que por rala,foi recompensada com uma espécie de tatuagem de produtos naturais sobre os olhos.Realmente era imperceptível.
Era noite,
Marília era como o sol sobre seu palco.
Purpurinas flamejantes
Marília dançava
e tinha virtudes.

César não viu Marília naquela noite.César se viu ardendo em paixão naquela tarde.
Marília atentou,sorriu,brilhou sobre o palco sedento de amor,mas perto do grande final,César ofegante, e asfixiado pelo delicioso delírio de estar com Mámá, a despiu.

O gosto doce do delírio,se transformou em amargo gosto de lágrimas sobre as maçãs no rosto de Silvia.

Luciano Ronaldo Sílvia Marília
e César,
não se completaram.

Purpurinas flamejantes faziam com que seus contornos fossem destinos contagiantes.
Marília dançava com elegância.
Tinha virtudes e olhos de saudade.
César não era homem para Marília,
E ela não era por vez o sol de César.





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Nota da autora:.."Luciano Ronaldo Sílvia Marília.."esse trecho do conto é a chave para o entendimento do mesmo.Pra quem não compreendeu,é só ler de novo e ver que Luciano,Ronaldo,Sílvia e Marília são a mesma pessoa em estágios diferentes da vida dentro do mesmo texto.

sábado, 23 de maio de 2009

?açnugab ares

Quando tu tens viegas e viés
para pensar...
penar o santo,negar o surto.
encantar a alma,
tanta.

Tanto.
tanto faz.
Se o pranto
já seca
sobre os meus ralos...

O outono,
E se a chuva de outono
não chegar mais?

Nisso,
sei que o véu que
cobre,é como a luva
que engana o mais fino
tato na escuridão..
e sempre que há devaneios,
há um peito,receio
de cantar outra vez.

O tato sentido,perdido no parto do arpoador,é a mesma
areia fina do mar de maio.

(será)

O que carrego?
áres o meu oceano.Aonde?
Há só mundos,e ratos
dentro de mim

ratoeiras e trapos

fora de mim

perdição perdida longe de mim

E há tanto tempo me vejo aqui
sem cômodo,

mesa,
ou ponderação em
amar.

Viajo em dias nublados,sem sol,sem sanidade..

Aonde parar? ednoa?

levo meu cais,levominhapazlevomeusurtolevotragovejoapago.

surto,ortus.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Pêssegos no sol e pés com meia lycra.

[Sempre gostei de escrever contos,e esse exprime cartas,ou conversas de uma mulher,com seus 50 e poucos anos ao seu marido; já o que ela faz ou é depende da interpretação de cada um de vcs.Bom divertimento =) ].


.

Pêssegos no sol e pés com meia lycra.

Hei de dizer que sonho com o “se fosse diferente” todas as noites...
E sempre perco preciosos minutos a pensar nisso.
Fico só,a esvair-me pelos dedos,tentando soltar algo queira despregar-se voluntariamente pelo papel.
O sol de ontem me fez irritada...
já irritada,
já cor pêssego.

Pessegozinho,
Me dizes que fico bela,oh sonhador titã, ao me irritar...
Só que isso escurece e faz com que minhas entranhas apodreçam e desmaiem soltas sobre essa plena irritação.
O sol faz mal a minha pele...Pessegozinho.
E o amor?
Me perguntastes outra hora sobre ele...E eu te disse(simples e voce se irritou)
que amor é egoísmo com gostinho de menta,e que amores inventados prestam mais para a caneta do que amores de águas mornas e densas.


O óleo que derramo sobre o meu corpo faz com que você solte ais e uis sobre como isso te afeta voluptuosamente;mas não posso me culpar de ser bela e sem dúvida atraente(abundância em charme).Adoro sentir o cheiro dessa lavanda que tu sempre me compras,e falas que é tanto boa...Mas que depois já me canso de ouvir da boca tua e peço que me exprima e demonstre já pelos lábios e pernas tuas,entrelaçadas,as minhas.
Tu não sabes o quanto amo escrever sobre essa cidade!
Sobre as chuvas de outono,os mendigos,os comerciantes,prostitutas,casais, e a sujeira matrimonial que se alastra nos bancos da Igreja da Santa Virgem!
Gosto de me vestir e passear pelas tardes nas ruas da central de Aimorés.
Sempre vejo uma hora ou outra algum conhecido,que afaga os braços sobre meus ombros ou desce, levemente algum comentário,soltando as mãos até a metade de minhas asas.
Sinto frio quando saio a tardinha.
Peço-te dinheiro para comprar um belo casaco e ir as reuniões da casa da amizade,e assim me acho estupenda quando Márcia Albuquerque comenta sobre a cor do batom e a leveza do casaco no meu look altamente alto-astral!
Preciso de reparos...uma puxadinha no canto do nariz... e um redesenhamento do meu queixo, acho que não fariam mal algum.
Comentei isso com o Seu Jonas,que vende jornal há tantos anos naquela mesma banca...

E nós?Como estamos a tanto tempo juntos..Não posso de forma alguma me esquecer do dia do casamento em que nos unimos,desejando um futuro feliz com uma família no pacote,e também foi, por essa mesma família, que aconteceu de se alegrar,após me conhecer moça...
Meu pai também se alegrou bastante após ter comprado aquela casa(com o dinheiro que de bom grado naquela hora chegou).
Todos contentes,louça nova,vestidos,sofá e sapatos marrons,pretos, e perfumes de bom grado.

Posso me dizer que sou uma mulher feliz,afinal me realizei após casar contigo.
Continuo a fazer o que sempre quis,e dessa vez com um homem só.
Recebo mimos e agrados por ver bem vindos sempre que quero.

E,por menor que seja o sentimento “amor” presente nessa sala de refeiçoes,ainda admiro o seu companherismo presente e os mimos que dá aos nossos filhos.

Você é o marido que toda mulher merece,e ainda me deixa trabalhar.




Sou feliz ao teu lado bombonzinho.

Beijos carinhosos,
Margareth Padilha.

domingo, 5 de abril de 2009

tantosóis

tanta flor.
tanta...
cada flor que violetar
eu vou
pirueta,dança, canto,interpretar
o seu reino
o seu destino
o brilho,o som..

estilo isabel apaixonada
estilo você perto de mim
cais,mar,chuva e outono

invade minha canção,
ama o meu flerte,
diz que o tempo é agora
e o amor nos diz que o sol de outono
é como amorindecifrável

escondido perdura,
amando em face nua
de olhos de índio a sonhos de rotina

o amor é como criança em salto trampulim

salsa vaga em fins de dia
e riso perdido em flor,
girassóis...
giram pernas
giram barcos
giram palavras em sal do mar

em danças,
turbinas!
em outono
me ditas!
como o amor é sol de outono...
que de tanto querer
há de cessar,e dizer
invada o céu que vem em abril
que de março já me cansei.
vem dançar nas festas de copa
cabana...
aonde o leme é ponta da fruta
pontal do sossego em que perdura
o meu coração em plena mansidão
meu coração...
a criatividade é insana..
luz.
abril.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

faróis de vivência.

vivência.




dia com dia
dia com dia
dia com dia

luz do metrô.
já são faróis de outono
100 metros
virar 100 metros á direita,para a barra, virar á esquerda.

sol com chuva
chuva chuva
sol, dia nublado.
calmatrânsitocalmatrânsito.


calma....
calma!

vagner dizia que o maior dos mistérios é o porque de o homem ou objetos não caberem dentro da mesma coisa ou espaço...
- então por que o espaço não cabe inteiro dentro do homem ?-dizia vagner.
-menino..se te ensinaram assim não me venha com perguntas tolas...-alguém disse a Vagner.

vagner era um homem.vagner era um homem.

ele sempre dizia que o homem é um vão de cores.
e essas cores são tão intensas que chegam a brilhar como olhos de tigre.

vagner sonhava todas as noites e dizia...
como duas coisas não cabem em um mesmo espaço?

cores.
olhos.
brilhos.

vagner vagalumiava pelos corredores das estações.
vagner vão.


vagner.


2 dias, 1 hora, sem tempo.
ele procurava sentido nas calhas de chuva,nos prédios em construção e no porteiro do seu prédio.

vagner pegava sua caixa de objetos coloridos e não entendia!
como pode o meu triângulo não caber dentro do espaço redondo do meu trenzinho?


vagner segurava a mão de sua bela mãe enquanto competia com a bolsa gigante logo a cima dele e o barulho do salto da bela mãe.
mesmo depois de grande vagner continuava na sua infinita busca..

se dois objetos,seres ou coisas por fim não cabem no mesmo espaço..
como pode ele amar duas pessoas ao mesmo tempo?
como podem dois corações serem totalmente vazios?
como pode tudo não ter cabimento simples?
caimento simples..
explicação simples..



vagner..vagalumia, pelo corredor iluminado do mergulhão.
vagner ama vanessa,valquíria e também roberto.

Roberto era um homem.Vagner era um homem.


cores.
olhos.
brilhos.

vagner vagalumiava pelos corredores das estações.
vagner vão.

vagner.

sexta-feira, 27 de março de 2009

magic numbers of the streets

casa,saka?
caixote caixote caixote.
três,
e um menino.
um pano sujo,vestido em sujismundo.
um homem,
um cão;
100 cães.

um homem,
10 dias sem banho.
20
dias sem banho.
100 dias sem banho...

um cão?
100 cães.
1 dia sem banho.
3 dias sem banho,

um cão?
100 homens.
300 caixotes.
100 panos sujos.

100 banhos,
sem dias,
20 homens,
20 panos sujos,sujismundo!
10 dias sem banho.

de par em par.

homens,
cães,
cães e homens.
cães com homens,e homens com caixotes.
dois caixotes

mil homens
e
9 formas de consertar

9 e 1000 formas de interpretar.

a criatividade é insana,copacabana.

quinta-feira, 19 de março de 2009

OUTONO 19/03/09

o amor é como o gosto da água.
você nunca esconde o desejo,e deveria gritar,atire na luz!
você faz,você ama,você deve:
sentir,cheirar,controlar.
ao invés do azul,o outono e o cinza.
você é o dia nublado
e você o sente.
seque suas roupas...
as faça ficar cheirosas,macias e confortáveis ao toque.

e assim também o seu coração.
cante.
faça a sua voz.

mas não esqueça de que o dono da voz não pode ser a voz do dono.
não faça o amor ser um lindo edíficio azul.
desejando ser branco.
como o gosto da água.



*se você for a voz do dono nunca controlará suas emoções...
se quiser passá-las pegue uma caneta,um microfone ou deite pra sonhar.
não se pode ser algo que não é,e nem deve-se deixar,ou se culpar por sentir coisas que não quer.
o natural não é pecado.

as interpretações feitas pelo homem,fazem dele,uma tela para o mundo.
onde se mostra o que se convém.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Save,porto seguro.

Poesia feita há mais de dois anos, creio que era outono.
Oyasuminasai.



Save, porto seguro.

Um barco no oceano é a chegada em um porto,
Mas a solidão em um homem é um barco em alto mar.




E há quem diga que tudo pode ser refeito.
Há quem sinta o cheiro de rosas veraneias em pleno outono chuvoso.
Há postes e luzes se sobressaindo pelo frio da noite...
Onde nenhum cavalheiro se põe a falar sobre o dia de sol.

Ah se todos circulassem pelo mesmo caminho...
Viriam que a sós se confundem mais que viajantes em terras distintas.

Se todos os viajantes entendessem de que é de porto em porto
que um navio se aporta em plena segurança...

Mas um navio não ficará para sempre em um porto...
Pois não é pra isso que um navio é feito;
Madeira sobre madeira.
Junta sobre junta.
Aço sobre aço.

Em cada esquina do mundo um poste.
A cada choro irradio um sonhador...
Uma solidão, um viajante, um barco, um porto.

Mas que adiantaria a segurança de um porto
Comparada ao indelicado desejo de viver?
O destino faz rotas como um barco.
E se esvai em linhas, como oceanos a se encontrar.

Um barco no oceano é a chegada em um porto,
Mas a solidão em um homem é um barco em alto mar.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

nada fica depois do sol.

A febre já passou.
deixa eu ver o sol,levantar desse colchão.
ver com os olhos da cara
assistir de camarote ás 5 a mais bela visão

doença não é nada não
o amor sempre desbota meu irmão
como um barco a navegar
uma ave a voar
eu vou com meus pes ver o sol sair
cambaleando de suor
mas forte como um cão
a prisão do alto mar ja se abriu depois das 5
e eu continuo com meu bote
e os remos a mão.

Vamos passear alem do mar
molhar o suor e secar os olhos
nada fica depois do sol
e a lua traz as estrelas que caem no mar.

Eu feliz e forte como um cão
meu sorriso é um outdoor cor de rosa
como diria o cantor de bolero
com os meus sapatos meus pés vão a se encaixar
e as minhas medeixas continuam a brilhar
sobre o sol em seu por de sol.

Não se afobe não...

As quartas me são como um calo
Um vínculo ao só e o desapego as virtudes.

Quartas são como a morte do pensamento
e o breve pensar do coração.
Quartas são como a culpa em uma alma lavada,
são como o café que espera quente ao meu lado.
como a paciência menos que a minha de se esfriar.

........"Não se afobe não que nada é pra já,o amor não tem pressa ele pode esperar em silêncio"...

Na espera restante,no múltiplo tempo
Em lugares opostos
E m mundos estelares
Em gestos noturnos
Em copos profundos
Em solidão,á beira do toque.

Já fiz tantas palavras,já cantei e encantei quantos seres.
Aquele pedaço de pó branco garrado no canto da janela
É como o amor que ainda resta.
Quando se aprende a amar de novo.
Quando se fazem sóis e risos em meio a um oceano atlântico.
Quando se quer mais que se pode e quando se engana mais que perfeitamente.
Quando se morre.
E vê.
Que a morte,foi certa.
Era pra ser.Pra sempre.
Paixão de grande ala,a beirada do abismo á fonte.

Era pra ser eu e você,mas o orgulho me visitou
e disse.paz,ao seu coração.
O medo se fez conta,se fez análise e pranto em nota.
O orgulho dói.
E ele só vem quado se chama e se vê que o acaso não se via em undos,não se queria dividir,não se fazia absurdo.
seria assim melhor calar-se,e se ver contemplando um sorriso que não é seu, nem parte do seu...
e mesmo assim de tanto amor a felicidade é serena objetiva e mórbida...
Não se afobe não...